Sacerdote - O sacrifício de um homem
Constantin Virgil Gheorghiu, A Vigésima Quinta Hora, apud Daniel-Ange, Dans tes mains, le cosmos!: Lettre a un jeune pretre, Fayard (1986).
... O sacerdote não é um homem; mas a imolação de um homem unida àquela de Deus. É isto o sacerdócio.
Não se é sacerdote como se é trabalhador, funcionário ou artesão. Não se é sacerdote para fazer algumas horas de escritório, com intervalos e dias de férias. É-se padre permanentemente. Sem interrupção. Sem repouso. Sem trégua alguma. Dia e noite. E como as pessoas podem se dirigir a Deus não importa quando, por não importa que pedido, a não importa que hora do dia ou da noite, sem medo de o importunar, do mesmo jeito se pode ir ao sacerdote não importa quando e por não importa que razão. É claro que nós não conseguimos ter sacerdotes que não dormem, que não comem e que nunca têm dor nos pés. Mas é uma imperfeição que nós devemos aceitar tal e qual, porque o culto é apenas uma imagem, uma sombra das realidades celestes, assim como Moisés foi advertido por Deus quando teve que construir o tabernáculo.
O sacerdócio, imitação do sacerdócio de Cristo, não aceita interrupções. Ele é permanente e para a eternidade. Mesmo a morte física do sacerdote não o pode interromper. E já que o sacerdócio não pode ser interrompido pela morte, como queres que ele seja interrompido pela fome, pelo cansaço e pelo sono?
Não obstante a morte. Para a eternidade. É por isso que o sacerdote é colocado no túmulo e enterrado revestido de todas as vestes sacerdotais que ele traz quando celebra a Divina Liturgia. Porque o sacerdote morto irá celebrar na verdadeira Igreja, com seu bispo, o Cristo. Para todo padre, a morte física é uma promoção. Ele passa da pequena igreja terrestre para a catedral do céu, para celebrar a liturgia cósmica ao redor do Cristo. Não é necessário chorar a morte de um sacerdote. Porque ele não morre nunca. A morte é sua promoção.
Padre Paulo Ricardo
Catequese Bíblica
O Senhor é nossa justiça...
O profeta Jeremias viveu uma situação de confronto com as autoridades israelitas. Sua sensibilidade mostra que o comportamento das lideranças políticas e religiosas punha em risco a vida e a liberdade do povo.
Deus é o Senhor da vida...
Ao chamar a atenção das autoridades, Jeremias recupera a imagem de Deus como Senhor Absoluto da vida e das coisas. Esse princípio é a fundamental garantia da justiça. Nenhuma autoridade humana é absoluta! O poder verdadeiro é reservado a Deus cuja ação gera a vida e estabelece a justiça.
A imagem dos pastores que se desvirtuam de sua missão, revela a fragilidade da autoriade humana. Se esta autoridade não for limitada pelo poder de Deus e nem se submeter ao serviço da vida, corrompe-se e torna-se fonte de operessão e sofrimento.
Teve compaixão...
Com isso, já no Primeiro Testamento, precebe-se a necessidade de maior aproximação de Deus da humanidade, simbolizada na figura do descendente de Davi. Nós cristãos vemos essa profecia realizada em Jesus. Ele supera a parcialidade de Davi, que se vincula a um povo específico. Movido pela compaixão, Jesus revela a universalidade da salvação, manifestando-se como "servidor" de toda a humanidade.
O olhar compassivo de Jesus para a multidão reflete o zelo de Deus por cada ser humano. Deus permancece como Senhor da vida, por isso, os pastores do povo devem estar a serviço da vida. O rebanho não lhes pertence, porque é "propriedade de Deus"/ A autoridade dos pastores se dá no sentido de orientar o rebanho para o encontro com Aquele que pode oferecer a salvação.
Em Cristo brilha a unidade...
Na carta aos Efésios, Paulo afirma a pessoa de Jesus como o centro de unidade de toda a história humana. "Do que era dividido, ele faz uma unidade" (Ef 2,14). Assim, na Igreja, toda autoridade deve concorrer para a unidade. Discernindo os dons e colaborando para a fidelidade a Cristo, os ministérios na Igreja são servidores da unidade.
Se entre os patores houver divisão ou se os patores, por suas diferenças, provocarem divisão no meio do povo - negam a unidade em Cristo e pecam frontalmente contra aprópria vocação. Com isso, enfraquecem o testemunho e podem destruir a imagem da Igreja como sacramento de unidade e de salvação universal.
Pe. Marcelo C. Araújo, C.SS.R.