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Primeira Leitura: PENTATEUCO: Livro do Deuteronômio (Dt), capítulo 18 Segunda Leitura: EPÍSTOLAS DE SÃO PAULO: Primeira Epístola aos Coríntios (1Cor), capítulo 7 |
EVANGELHOS: Evangelho segundo São Marcos (Mc), capítulo 1 (21) Dirigiram-se para Cafarnaum. E já no dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e pôs-se a ensinar. (22) Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas. (23) Ora, na sinagoga deles achava-se um homem possesso de um espírito imundo, que gritou: (24) Que tens tu conosco, Jesus de Nazaré? Vieste perder-nos? Sei quem és: o Santo de Deus!
(25) Mas Jesus intimou-o, dizendo: Cala-te, sai deste homem!' (26) O espírito imundo agitou-o violentamente e, dando um grande grito, saiu. (27) Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros: 'Que é isto? Eis um ensinamento novo, e feito com autoridade, além disso, ele manda até nos espíritos imundos e lhe obedecem!' (28) A sua fama divulgou-se logo por todos os arredores da Galiléia. | ||||||||
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Jesus nos liberta do poder de Satanás.Muitas pessoas têm a mania de dizer que o diabo não existe e, por causa disso, acabam não lutando contra as tentações e os perigos do pecado. Mas o diabo não só existe, como é “um leão a rugir procurando a quem devorar”. E aqueles que tiram férias de Deus para “curtir a vida”, por assim dizer, são o alvo mais vulnerável do inimigo. Nesta pregação, Padre Paulo Ricardo nos convida a renovarmos nossa fé em Cristo libertador, a fim de resistirmos às investidas de Satanás.
Na liturgia deste 4.º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de São Marcos apresenta-nos aquilo que é a base do ministério de Jesus: libertar os homens das cadeias do inimigo. O evangelista fala da vida de Cristo, resumindo os primeiros passos do Salvador para, depois, enfatizar a realidade do endemoniado de Cafarnaum. Ele, ao ser tocado pela graça de Deus, torna-se objeto de um novo ensinamento, que, como dizem os seus contemporâneos, é “dado com autoridade”; Jesus “manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!” A Palavra de Jesus não é uma palavra qualquer, mas tem autoridade performativa, ou seja, ela realiza uma obra salvífica na humanidade. No livro do Gênesis, Deus não dá ordem aos anjos para que façam a luz e as coisas do céu e da terra; é a sua Palavra que forma a natureza das coisas e dá vida às criaturas. No Evangelho, por sua vez, Jesus profere as mesmas palavras, pelo que se distingue do conhecimento dos fariseus. Eles, ao contrário de Cristo, mostravam apenas uma sabedoria humana, mas a sua palavra não tinha eficácia, nem era capaz de libertar do demônio. Com efeito, a liturgia deste domingo quer renovar a nossa fé na Palavra de Cristo, a fim de que compreendamos a sua ação em nossas vidas e resistamos às tentações do diabo, que, de fato, existe e deseja nossa perdição. É verdade que algumas pessoas não acreditam no demônio. Elas pensam que tudo não passa de uma invenção da comunidade primitiva, cuja mentalidade supersticiosa teria obrigado Jesus a adaptar seu discurso para convencê-los de sua doutrina. Mas esse pensamento é, além de tortuoso, contrário à verdade da Revelação. A doutrina católica ensina que a Revelação Divina progrediu até a morte do último apóstolo. A Revelação do Antigo Testamento, embora fosse verdadeira, estava ainda coberta por um véu. Deus é o divino professor, que explica o conteúdo da fé conforme a capacidade dos seus alunos. Em Jesus, a Revelação é totalmente apresentada para os homens, na plenitude dos tempos. Notem que há poucas referências ao diabo no Antigo Testamento. Mas quando Jesus começa a sua pregação, surge uma quantidade enorme de demônios contra os quais o Senhor dirige sua Palavra libertadora. Portanto, não há razão alguma para duvidar da existência do diabo. Se eles não existissem, Jesus teria dado razão aos saduceus mais tradicionalistas, que não acreditavam na existência de anjos nem de demônios, em vez de contrapor-se aos fariseus, que o acusavam de servir a Belzebu. Mas Jesus não só fala do diabo, como luta para afastá-lo dos filhos de Deus. O endemoniado de Cafarnaum é, na verdade, uma prefiguração de todos nós. Todo homem é, antes de ser batizado, um escravo do diabo. É por esse motivo que, mesmo após a reforma do Concílio Vaticano II, a celebração do batismo possui algumas orações de exorcismo, o que é mais nítido nos escrutínios para o batizado de adultos. De fato, as pessoas que não são batizadas vivem uma profunda escravidão do maligno. Na criação, diz Santo Agostinho, Deus realizou um grande milagre. Mas Jesus realizou um milagre ainda maior em nossa redenção, que abriu as portas do Céu para a humanidade. Jesus, mais do que Moisés e do que as profecias anunciavam, libertou o povo de Deus da escravidão do pecado e levou-os para a verdadeira Terra Prometida. Ele nos tirou das garras do diabo para nos introduzir no Céu. Toda essa graça do Céu ajuda-nos a crer na existência dos demônios sem, no entanto, temê-los, porque confiamos em Cristo. Na verdade, o que precisamos saber é que vivemos uma grande guerra contra as hostes infernais, que desejam, a todo custo, nos levar para o inferno. Neste sentido, não podemos nunca deixar de “vigiar e orar”, pois o inimigo não tira folga. Basta pensarmos no sonho de Dom Bosco sobre as férias, que o santo chamou de “a colheita do diabo”, para lembrarmos que temos de fugir da tibieza e da ociosidade. Nestes próximos dias, portanto, tenhamos a coragem de vencer o Netflix, a novela, o Facebook e demais redes sociais para rendermos maiores glórias a Deus. O diabo é como um leão a rugir procurando a quem devorar. Estejamos, por isso, sempre ao lado de Cristo, a fim de que Ele nos proteja e nos liberte das garras do maligno. Padre Paulo Ricardo Jesus, a palavra de Deus“Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os escribas”. Caríssimos, hoje a Palavra a nós proclamada mostra o Senhor ensinando. O Evangelho nos dá conta que seu ensinamento causava admiração. E por quê? Porque Jesus não é um simples mestre, um mero rabi… Vocês escutaram na primeira leitura o que Moisés prometera – ou melhor, o que Deus mesmo prometera pela boca de Moisés: “O Senhor teu Deus fará surgir para ti, da tua nação e do meio de teus irmãos, um profeta como eu: a ele deverás escutar!” Eis! Moisés, o grande líder e libertador de Israel, aquele através do qual Deus falava ao seu povo e lhe dera a Lei, anuncia que Deus suscitará um profeta como ele. E os judeus esperavam esse profeta. Chegaram mesmo a perguntar a João Batista: “És o Profeta?” (Jo 1,21), isto é, “És o Profeta prometido por Moisés?” Pois bem, caríssimos: esse Profeta, esse que é o Novo Moisés, esse que é a própria Palavra de Deus chegou: é Jesus, nosso Senhor! Como Moisés, ele foi perseguido ainda pequeno por um rei que queria matar as criancinhas; como Moisés, ele teve que fugir do tirano cruel, como Moisés, sobre o Monte – não o Sinai, mas o das Bem-aventuranças – ele deu a Lei da vida ao seu povo; como Moisés, num lugar deserto, deu ao povo de comer, não mais o maná que perece, mas aquele pão que dura para a vida eterna. Jesus é o verdadeiro Moisés; e mais que Moisés, “porque a Lei foi dada por meio de Moisés, mas a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo 1,17). Jesus é a plenitude da Lei de Moisés, Jesus não é somente um profeta, mas é o próprio Deus, Senhor dos profetas, Senhor de Moisés! Moisés deu testemunho dele no Tabor e cairia de joelhos a seus pés se o encontrasse. Jesus, caríssimos, é a própria Palavra do Pai feita carne, feita gente, habitando entre nós! Mas, essa Palavra não é somente voz, sopro saído da boca. Essa Palavra que é Jesus é tão potente (lembrem-se que tudo foi criado através dela!), que não somente fala, mas faz a salvação acontecer. Por isso os milagres de Jesus, suas obras portentosas: para mostrar que ele é a Palavra eficaz e poderosa do nosso Deus. Ao curar um homem atormentado na sinagoga de Cafarnaum, Jesus nosso Senhor mostra toda a sua autoridade, seu poder e também o sentido de sua vinda entre nós: ele veio trazer-nos o Reino de Deus, do Pai, expulsando o reino de Satanás, isto é, tudo aquilo que demoniza a nossa vida e nos escraviza! – Obrigado, Senhor, Jesus, pela tua vinda! Obrigado pela tua obra de libertação! Muito obrigado porque, em ti, tudo é Palavra potente: tua voz, tuas ações salvadoras, teu modo de viver, teus exemplos, tuas atitudes! Tu não somente tens palavras de vida eterna; tu mesmo és a Palavra de Vida! Obrigado! Dá-nos a capacidade de escutar-te sempre! Meus caros, se Jesus é essa Palavra potente, Palavra de vida, então viver sua Palavra é encontrar verdadeiramente a vida e a liberdade. Na leitura do Deuteronômio que escutamos, Deus dizia, falando do Profeta que haveria de vir: “Porei em sua boca as minhas palavras e ele lhes comunicará tudo o que eu lhe mandar. Eu mesmo pedirei contas a quem não escutar as minhas palavras que ele pronunciar em meu nome”. Ora, caríssimos, se Jesus é a Palavra de Deus, então é nele que encontramos a luz para os nossos passos e o rumo da nossa existência. Num mundo como o nosso, que prega uma autonomia louca do homem em relação a Deus, uma autonomia contra Deus, nós que cremos em Jesus, devemos cuidar de nos converter sempre a ele, escutando sua palavra. Ele nos fala, caríssimos: fala-nos nas Escrituras, fala-nos na voz da sua Igreja, fala-nos íntimo do coração, fala-nos na vida e nos acontecimentos… Certamente, ouvi-lo não é fácil, pois muitas vezes sua palavra é convite a sairmos de nós mesmos, de nossos pensamentos egoístas, de nossas visões estreitas, de nossa sensibilidade quebrada e ferida pelo pecado. Sairmos de nós para irmos em direção ao Senhor, iluminados pela sua santa palavra – eis o que Cristo nos propõe hoje! É tão grande a bênção de encontrar o Senhor, de viver nele e para ele, que São Paulo chega mesmo a aconselhar o celibato, para estarmos mais disponíveis para o Senhor. Vocês escutaram a segunda leitura da Missa deste hoje. O Apóstolo recomenda o ficar solteiro, não por egoísmo ou ódio ao matrimônio, mas para ter mais condições de ser solícitos para com as coisas do Senhor e melhor permanecer junto ao senhor. É este o sentido do celibato dos religiosos e dos padres diocesanos: recordar ao mundo que Cristo é o Senhor absoluto de nossa vida e que por ele vale a pena deixar tudo, para com ele estar, para, como Maria irmã de Marta, estar a seus pés, escutando-o e para ele dando o melhor de nós. O celibato, que num mundo descrente e sedento de prazer sensual, é um escândalo, para os cristãos é um sinal do primado de Cristo e do seu Reino. Rezemos para que aqueles que prometeram livremente viver celibatariamente cumpram seus compromissos com amor ao Senhor e à Igreja. Rezemos também para que os cristãos saibam ver no celibato não uma armadilha ou uma frustração, mas um belíssimo sinal profético, um verdadeiro grito de que Deus deve ser amado por tudo e em tudo, acima de todas as coisas. Se os casados mostram a nós, celibatários, a beleza do amor conjugal e do mistério de amor esponsal entre Cristo e a Igreja, nós, solteiros pelo Reino dos Céus, mostramos aos casados e ao mundo que tudo passa e tudo é relativo diante da beleza, da grandeza e do absoluto dAquele que Deus nos enviou: o seu Filho bendito, sua Palavra eterna, Verdade que ilumina, liberta e dá vida. A ele a glória para sempre. Amém. Dom Henrique Soares |
A tentação do homem moderno consiste em fazer crer que não é necessária a crença em Deus para se praticar o bem. [Paul Claudel]
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