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Primeira Leitura: ATOS: Atos dos Apóstolos (At), capítulo 1 Segunda Leitura: EPÍSTOLAS DE SÃO PAULO: Epístola aos Efésios (Ef), capítulo 4 |
EVANGELHOS: Evangelho segundo São Marcos (Mc), capítulo 16 (15) E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. (16) Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. (17) Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas, (18) manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal, imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados. (19) Depois que o Senhor Jesus lhes falou, foi levado ao céu e está sentado à direita de Deus. (20) Os discípulos partiram e pregaram por toda parte. O Senhor cooperava com eles e confirmava a sua palavra com os milagres que a acompanhavam. | ||||||||
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Uma nova forma de presençaAo subir aos céus, Nosso Senhor inaugura entre seus discípulos uma nova forma de presença, muito mais íntima e transformadora do que qualquer outra. Como Ele, desaparecendo à vista dos Apóstolos, quer entrar nos seus e nos nossos corações? O que precisamos fazer de especial para reconhecermos, no dia de hoje, as visitas do Ressuscitado? É o que Padre Paulo Ricardo explica na meditação deste domingo, solenidade da Ascensão do Senhor.
Meditação. — “Não vos deixarei órfãos”, promete Jesus aos Apóstolos antes de sua paixão, mas “voltarei a vós” (Jo 14, 18). Essa volta ainda não é a parusía. Trata-se, antes, da vinda do Espírito Santo, pela qual se inaugura uma nova modalidade da presença de Deus em nossas vidas: a inabitação trinitária. Após a ascensão de Jesus aos Céus, o Espírito Santo desce como línguas de fogo para iluminar a razão humana e tornar-nos partícipes da vida divina. Essa promessa de Jesus sobre o Espírito Santo esclarece o Evangelho desta solenidade da Ascensão. Os Apóstolos não têm motivos para estarem tristes porque, diz-lhe Jesus, “eu hei de ver-vos novamente e o vosso coração se alegrará, e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria”. Depois de Pentecostes, Jesus torna-se virtualmente presente no meio de nós, isto é, a sua força (virtus) toca-nos pelo Espírito Santo e nos motiva a procurá-lo cada vez mais. Na verdade, o Espírito Santo prepara o nosso coração para ser morada de Deus, pois “aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e manifestar-me-ei a ele” (Jo, 14, 21). O cristão que se dispõe à graça do Espírito Santo pode repetir aquelas mesmas palavras de São Paulo aos Gálatas: “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim” (2, 20). E, por meio de uma oração fervorosa, essa vida de Cristo vai se tornando mais intensa na alma, de modo que o seu viver se torna Cristo e a morte, lucro. Aliás, é a esta experiência trinitária que Santa Teresa se refere naquele famoso poema: Vivo já fora de mim,
Nesta Solenidade da Ascensão, devemos, pois, pedir a Deus a graça de um coração apaixonado para que, desse modo, tornemo-nos felizes verdadeiramente pela presença da Trindade em nossas almas. Oração. — Senhor Jesus, enviai o vosso Espírito Santo sobre o meu ser para que meu coração seja uma morada digna da vossa presença. Aumentai em mim o desejo de estar sempre na vossa presença, a fome da Eucaristia e de todos os sacramentos, que me fazem sentir o toque da vossa graça. Amém! Propósito. — Aumentar ao menos dez minutos no meu tempo de oração íntima, a fim de meditar mais proveitosamente os mistérios do Espírito Santo. Padre Paulo Ricardo O destino do homemHoje, celebramos o mistério da Ascensão do Senhor. É mistério porque brota do coração de Deus, é mistério porque ultrapassa tudo quanto possamos imaginar, é mistério porque nos dá a vida eterna. A hodierna Solenidade, caríssimos, é uma só com a do Dia de Páscoa: Aquele que admiramos ressuscitado em glória na Ressurreição, hoje, contemplamo-lo à Direita de Deus, com a mesma autoridade do Pai, e o proclamamos Cabeça da Igreja, Senhor sobre toda a criação, sobre toda a humanidade, Princípio e Fim da história humana e Juiz dos vivos e dos mortos. No Dia da Páscoa contemplamos o Cristo resplendente de Glória; na Festa de hoje, contemplamos o que essa glória significa para nós todos. Eis, caríssimos no Senhor. Primeiramente, a Ascensão do Senhor nos faz compreender com o coração que o Cristo que por nós se fez homem, como um de nós viveu e por nós morreu, ele mesmo, agora, com a sua humanidade glorificada, está à Direita do Pai. Isto é admirável: um da nossa raça, o homem Jesus, participa agora do mesmo poder divino, acima de todas as criaturas. Que mistério: nele, a nossa humanidade está totalmente glorificada! Como dizia a oração inicial desta Santa Missa, “a Ascensão do Filho já é a nossa vitória” porque nós, enxertados nele, a ele unidos no Batismo e na Eucaristia, somos membros do seu Corpo, que é a Igreja; e sabemos: onde já está a nossa Cabeça, estaremos também nós um dia! Como diz a segunda leitura da Missa de hoje, chegaremos “todos juntos à unidade da fé e do conhecimento do filho de Deus, ao estado do homem perfeito e à estatura de Cristo em sua plenitude”. Vede, portanto, caríssimos, que destino a Festa deste hoje nos revela: chegar à estatura do Cristo em sua plenitude! Nada menos que isso pode saciar o coração humano; nada menos que isso pode nos contentar, pode nos dar paz! Olhemos para o Cristo glorioso à Direita do Pai e veremos a que somos chamados… Contemplai, pois o nosso destino! Pensai que miséria a do nosso mundo, que vive de bagatelas, empenha todo o seu afeto com futilidades e procura alegria e plenitude no que é efêmero! Tanto maior a grandeza que contemplamos em Cristo, mais deveria nos espantar a ilusão e alienação do mundo atual! Recordai, caros, a exortação do Apóstolo: “Esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à Direita de Deus; aspirai Às coisas celestes e não às coisas terrestres. Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória” (Cl 3,1-4). Em segundo lugar, sentado como Senhor à Direita do Pai, Jesus é o Senhor do universo e de toda a história. Vede a criação, caríssimos! Pensai nas galáxias, recordai as estrelas, imaginai a riqueza de vida nas profundezas do mar, pensai ainda na sede de infinito do coração humano… De tudo isso Cristo é Senhor; tudo caminha para ele, ele é a Finalidade de tudo… também da história humana. Por mais que o homem pecador trame contra Cristo, por mais que o mundo hodierno volte suas costas ao Senhorio do Ressuscitado, tudo caminha para ele e ele triunfará ao fim de tudo – ele é o Alfa e o Ômega, o A e o Z, o Princípio e o Fim de todas as coisas! Por tudo isso, ele é o Juiz de tudo quanto existe. Terá valido a pena, terá sentido, o que estiver sob o seu senhorio de paz, de amor, de vida, de justiça e de santidade. Tudo quanto não condisser com o seu reinado perecerá, passará, pois não servirá para mais nada a não ser para ser jogado fora e pisado pelos homens. Mais ainda: o Senhor Jesus, hoje no mais alto dos céus, é Cabeça da Igreja. Aquele que é o Unigênito de Deus, pela sua ressurreição e pelo dom do seu Espírito, tornou-se o Primogênito de muitos irmãos, Cabeça do seu Corpo, que é a Igreja. Eis, meus irmãos: o Cristo pleno de glória que está nos céus, é nossa cabeça e dele continuamos recebendo a vida, que é o próprio Espírito Santo. Esta vida vem-nos sobretudo nos sacramentos, especialmente da Eucaristia, na qual recebemos o Cristo morto e ressuscitado, pleno do Santo Espírito, Senhor que dá a vida. Olhando para Aquele que está à Direita do Pai e é nossa Cabeça e Princípio, como não nos alegrar? Como não nos encher de esperança? Como não ter a certeza que nossa vida caminha para a Plenitude? Não estamos sozinhos, irmãos! A Igreja jamais estará sozinha – seu Senhor é o mesmo que está à direita do Pai; seu Esposo e Cabeça é o Rei da Glória! Por fim, caríssimos, a Festa de hoje – que, de certo modo já nos prepara para o encerramento do Tempo da Páscoa, com o Santo Pentecostes, no próximo Domingo -, a Festa de hoje nos convida a colocar os pés nas estradas do mundo – na nossa família, no nosso trabalho, entre os nossos amigos, na vida social… pés nas estradas do mundo para proclamar o Senhorio de Cristo. Lembrai-vos hoje da sua promessa, lembrai-vos da sua missão: “Recebereis o poder do Espírito Santo que descerá sobre vós, para serdes minhas testemunhas até os confins da terra!” Coragem, pois, caríssimos! Se conhecermos Jesus de verdade, se o experimentarmos realmente na nossa vida, se crermos na sua glória e esperarmos com todo nosso coração participar dela, seremos, então, suas testemunhas e nossa convicção, nosso amor e nossa esperança invencível contagiarão a muitos. Portanto, “homens da Galiléia, por que estais admirados, olhando para o céu? Este Jesus há de voltar, do mesmo modo que o vistes subir!” Façamos, pois, como nossos irmãos das origens que saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio dos sinais que a acompanhavam”. Que assim seja! Amém. Dom Henrique Soares |
Aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação. (1Cor 11,29) [São Paulo]
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