PERGUNTE E RESPONDEREMOS 509/novembro 2004 Notícias Dissipando equívocos:
UMA DECLARAÇÃO DA CNBB
Em síntese: Vai, a seguir, publicado o texto de um pronunciamento da CNBB sobre a vida afetiva dos sacerdotes mal interpretada pela imprensa. É de notar que 94% dos presbíteros consultados em inquérito responderam estar felizes em sua vocação sacerdotal. * * * De 21 a 30 de abril de 2004 realizou-se em Indaiatuba (SP) a 42a Assembléia Geral dos Bispos do Brasil, tendo por tema central "Os presbíteros: Vida e Ministérios". Um inquérito previamente efetuado revelou que 41% dos interrogados tiveram envolvimento afetivo com mulher após a ordenação. A imprensa fez disso um motivo de escândalo e de combate ao celibato sacerdotal. Ora os Bispos, em sua Assembléia Geral, procuraram dissipar a tendenciosa interpretação mediante a Declaração que vai, a seguir, transcrita.
NOTA DE ESCLARECIMENTO "Lamentamos e desaprovamos o constrangimento que trouxe, para nossa 42a Assembléia Geral dos Bispos do Brasil, para nossos Padres e para toda a Igreja, a interpretação inexata dada a uma das perguntas da pesquisa encomendada ao Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais - CERIS, pela Comissão Nacional de Presbíteros - CNP. Por isso, esclarecemos e convidamos a todos para a reflexão séria e construtiva que a 42a Assembléia Geral agora faz sobre 'o perfil do presbítero brasileiro': 1. A interrogação da pesquisa: "O senhor, na condição de padre, nunca se envolveu afetivamente com uma mulher?", é ambígua e oferece a possibilidade a respostas de peso diverso. De fato, 'envolvimento afetivo' inclui um vasto leque de empenho dos afetos humanos e não apenas a relação sexual. Portanto, é indevido afirmar que 41% dos padres tiveram 'relações sexuais com mulheres'. 2. Se fosse verdade que, em algum momento da vida, 41% dos sacerdotes tiveram alguma fraqueza ou queda no campo da castidade, isto ainda não poderia ser interpretado como situação estável de infidelidade ao dever do celibato. 3. De toda maneira, afirmamos a importância e a necessidade da prática da castidade pelos presbíteros, em conformidade com o celibato sacerdotal. 4. Por outro lado é interessante notar que a mesma pesquisa do CERIS mostrou que a quase totalidade dos sacerdotes (94%) se sente feliz com sua escolha e não hesitaria em optar novamente pelo sacerdócio, como estado de vida. Isto seria inexplicável se levassem uma vida dupla, que é sempre fonte de desgaste, estresse, desajuste e falta de alegria de viver e seria impensável a disposição em optar novamente pelo ministério presbiteral, como caminho de vida. Nesta oportunidade, reafirmamos apreço e respeito aos nossos sacerdotes. Nossa preocupação com sua 'vida e ministério', tema central desta 42a Assembléia Geral, revela nossa consciência e empenho de Bispos pela qualificação humano-afetiva, espiritual, intelectual e pastoral dos anunciadores do evangelho, servidores do Povo de Deus. A todos, na Igreja, perita em humanidade convidamos ao caminho exigente de dar ao próprio humano, à luz do Evangelho, aquela feição que deve ter todo filho e filha de Deus, contando com sua graça. Itaici, 23 de abril de 2004. Cardeal Geraldo Majella Agnelo Arcebispo de São Salvador da Bahia Presidente da CNBB" COMENTANDO... 1. O documento afirma três pontos: a) Envolvimento afetivo não quer dizer necessariamente relacionamento sexual. Pode significar amizade legítima como aquela que vários padres jovens dedicam à sua madrinha, que lhes faz as vezes de mãe ou irmã; b) Ainda que algum sacerdote incida em pecado sexual com mulher, isto não quer dizer que não tem vocação para o celibato. Trata-se de uma expressão da fraqueza humana, que não é decisiva. Mesmo os grandes heróis podem ter tido suas falhas; c) Se 94% dos consultados disseram ser felizes na sua vocação sacerdotal, pode-se crer que não estão levando vida dupla, cuidando de família clandestina, pois a ambigüidade no caso tira a paz e debilita o ânimo de quem a ela se entrega. |
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