O que é o Credo?
Em seus doze artigos, o ‘Creio’ sintetiza tudo aquilo que o
católico crê
Desde o início de sua vida apostólica, a Igreja elaborou o que passou a ser
chamado de “Símbolo dos Apóstolos”, cujo nome é o resumo fiel da fé dos
apóstolos de Jesus. Foi uma maneira simples e eficaz de a Igreja exprimir e
transmitir a sua fé em fórmulas breves e normativas para todos. Em seus doze
artigos, o ‘Creio’ sintetiza tudo aquilo que o católico crê. É como “o mais
antigo Catecismo romano”. É o antigo símbolo batismal da Igreja de Roma.
O que é o Credo
Os grandes santos doutores da Igreja falaram muito do ‘Credo’.
Santo Irineu (140-202), na sua obra contra os hereges gnósticos, escreveu: “A
Igreja, espalhada hoje pelo mundo inteiro, recebeu dos apóstolos e de seus
discípulos a fé num só Deus, Pai e Onipotente, que fez o céu e a terra (…).
Essa é a doutrina que a Igreja recebeu; e essa é a fé que, mesmo dispersa no
mundo inteiro, a Igreja guarda com zelo e cuidado, como se tivesse a sua sede
numa única casa. E todos são unânimes em crer nela, como se ela tivesse uma só
alma e um só coração. Essa fé anuncia, ensina, transmite como se falasse uma só
língua. (Adv. Haer.1,9)
Elaborado segundo as escrituras
São Cirilo de Jerusalém (315-386), bispo e doutor da Igreja, disse: “Este
símbolo da fé não foi elaborado segundo as opiniões humanas, mas da Escritura
inteira, de onde se recolheu o que existe de mais importante para dar, na sua
totalidade, a única doutrina da fé. E assim como a semente de mostarda contém, em
um pequeníssimo grão, um grande número de ramos, da mesma forma este resumo da
fé encerra, em algumas palavras, todo o conhecimento da verdadeira piedade
contida no Antigo e no Novo Testamento (Catech. ill. 5,12)
Santo Ambrósio (340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja que batizou Santo
Agostinho, mostra de onde vem a autoridade do ‘Símbolo dos Apóstolos’ e sua
importância:
“Ele é o símbolo guardado pela Igreja Romana, aquela onde Pedro, o primeiro dos
apóstolos, teve a sua Sé e para onde ele trouxe a comum expressão da fé” (CIC
§194). “Este símbolo é o selo espiritual, a mediação do nosso coração e o
guardião sempre presente; ele é seguramente o tesouro da nossa alma” (CIC
§197). Os seus doze artigos, segundo uma tradição atestada por Santo Ambrósio,
simbolizam com o número dos apóstolos o conjunto da fé apostólica (cf. CIC
§191).
O símbolo da fé, o ‘Credo’, é a identificação do católico. Assim, ele é
professado solenemente no dia do Senhor, no batismo e em outras oportunidades.
Todo católico precisa conhecê-lo com profundidade.
O credo contra as heresias
Por causa das heresias trinitárias e cristológicas, que agitaram
a Igreja nos séculos II, III e IV, ela foi obrigada a realizar concílios
ecumênicos (universais) para dissipar os erros dos hereges. Os mais importantes
para definir os dogmas básicos da fé cristã foram os Concílios de Niceia (325)
e Constantinopla I (381). O primeiro condenou o arianismo, de Ário, sacerdote
de Alexandria que negava a divindade de Jesus; o segundo condenou o
macedonismo, de Macedônio, patriarca de Constantinopla que negava a divindade
do Espírito Santo.
Desses
dois importantes Concílios originou-se o ‘Credo’, chamado
“Niceno-constantinopolitano”, o qual traz os mesmos artigos da fé do ‘Símbolo
dos Apóstolos’, porém de maneira mais explícita e detalhada, especialmente no
que se refere às Pessoas divinas de Jesus e do Espírito Santo.
Além desses dois símbolos da fé mais importantes, outros ‘Credos’ foram
elaborados ao longo dos séculos, sempre em resposta a determinadas dificuldades
ou dúvidas vividas nas Igrejas Apostólicas antigas. Um exemplo é o símbolo
“Quicumque”, dito de Santo Atanásio (295-373), bispo de Alexandria; as
profissões de fé dos Concílios de Toledo, Latrão, Lião, Trento e também de
certos Pontífices como a do Papa Dâmaso e do Papa Paulo VI (1968).
Doutrina
da Igreja
Nenhum dos símbolos é ultrapassado e inútil
O Catecismo da Igreja nos diz que “nenhum dos símbolos das diferentes etapas da
vida da Igreja pode ser considerado como ultrapassado e inútil. Eles nos ajudam
a tocar e a aprofundar, hoje, a fé de sempre por meio dos diversos resumos que
dela têm sido feitos” (CIC § 193).
O Papa Paulo VI achou oportuno fazer uma solene Profissão de Fé no encerramento
do “Ano da Fé” de 1968. O Papa Paulo VI quis colocá-lo como um farol e uma
âncora para a Igreja caminhar nos tempos difíceis que vivemos, por entre tantas
falsas doutrinas e falsos profetas, que se misturam sorrateiramente como o joio
no meio do trigo, mesmo dentro da Igreja.
Paulo VI falou, na época, daqueles que atentam “contra os ensinamentos da
doutrina cristã”, causando “perturbação e perplexidade em muitas almas fiéis”.
Preocupava o Papa as “hipóteses arbitrárias” e subjetivas que são usadas por
alguns, mesmo teólogos, para uma interpretação da revelação divina, em
discordância da autêntica interpretação dada pelo Magistério da Igreja.
Sabemos que a Verdade nos leva à salvação (cf. CIC §851). São Paulo fala da “sã
doutrina da salvação” (2 Tm 4,7) e afirma que “Deus quer que todos se salvem e
cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4); e “a Igreja é a coluna e o
fundamento da verdade” (1Tm 3,15).
"Creio em um só Deus,
Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra,
de todas as coisas visíveis e invisíveis
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigênito de Deus,
nascido do Pai
antes de todos os séculos:
Luz da Luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,
gerado não criado,
consubstancial ao Pai.
Por Ele todas as coisas foram feitas.
E, por nós, homens,
e para a nossa salvação,
desceu dos céus:
e encarnou pelo Espírito Santo,
no seio da Virgem Maria,
e se fez homem.
Também por nós foi crucificado
sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia,
conforme as escrituras;
E subiu aos céus,
onde está sentado à direita do Pai.
E de novo há de vir, em sua glória,
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu reino não terá fim.
Creio no Espírito † Santo,
Senhor que dá a vida,
e procede do Pai e do Filho;
e com o Pai e o Filho
é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos profetas.
Creio na Igreja
Una †, Santa, Católica e Apostólica.
Professo um só batismo
para remissão dos pecados.
Espero a ressurreição dos mortos;
E a vida do mundo que há de vir. Amém."
Fonte: formacao.cancaonova.com/