Bento XVI: Os católicos devem ser
fiéis à Igreja e ao Papa
VATICANO, 11 Jun. 12 / 10:19 pm
O Papa Bento XVI explicou esta manhã que os católicos, especialmente os sacerdotes que servem diretamente a Santa Sé, devem ser sempre fiéis à Igreja
e ao Sucessor de Pedro pois colaboram com ele na sua missão.
Assim indicou na manhã de hoje o Santo Padre diante dos membros da Pontifícia
Academia Eclesiástica pouco antes de concluir o curso desta instituição e antes
de que os alunos dali partam para as distintas Representações Pontifícias
(nunciaturas) espalhadas pelo mundo.
Bento XVI disse que
"O Papa conta convosco também, para ser assistido no cumprimento do seu
ministério universal. Convido-vos a não ter medo, preparando-vos com diligência
e solicitude para a missão que vos espera, confiando na fidelidade d’Aquele que
desde sempre vos conhece e chamou à comunhão com o seu Filho Jesus
Cristo".
"A fidelidade de Deus é a chave e a fonte da nossa fidelidade. Hoje queria
chamar a vossa atenção precisamente para esta virtude, que bem exprime o
vínculo muito especial que se cria entre o Papa e os seus colaboradores
imediatos, tanto na Cúria Romana como nas Representações Pontifícias: um
vínculo que, para muitos, se radica no caráter sacerdotal de que estão
investidos e se especifica depois na missão peculiar, que é confiada a cada um,
ao serviço do Sucessor de Pedro".
O Papa explicou logo que "no contexto bíblico, a fidelidade é
primariamente um atributo divino: Deus dá-Se a conhecer como Aquele que é fiel
para sempre à aliança concluída com o seu povo, não obstante a infidelidade
deste. Fiel como é, Deus garante que levará a cumprimento o seu desígnio de
amor, e por isso Ele é também credível e verdadeiro. Este comportamento divino
é que cria no homem a possibilidade de, por sua vez, ser fiel".
"Aplicada ao homem, a virtude da fidelidade está profundamente ligada ao
dom sobrenatural da fé, tornando-se expressão daquela solidez própria de quem
fundou toda a sua vida
em Deus. De fato, a única garantia da nossa estabilidade está na fé (cf. Is 7,
9b), e só a partir dela podemos, por nossa vez, ser verdadeiramente fiéis:
primeiro a Deus, depois à sua família,
a Igreja, que é mãe e mestra, e nela à nossa vocação, à história na qual o
Senhor nos colocou".
"Nesta perspectiva, encorajo-vos, queridos amigos, a viver o vínculo
pessoal com o Vigário de Cristo como parte da vossa espiritualidade. Trata-se,
sem dúvida, de um elemento próprio de todo o católico, e mais ainda de todo o
sacerdote. No entanto, para aqueles que trabalham na Santa Sé, este vínculo
assume um caráter particular, já que colocam ao serviço do Sucessor de Pedro
boa parte das suas energias, do seu tempo e do seu ministério diário",
animou o Papa.
Bento XVI ressaltou que "trata-se de uma grave responsabilidade, mas
também de um dom especial, que com o tempo vai desenvolvendo um vínculo afetivo
com o Papa, de confiança interior, um idem sentire natural, que se expressa
justamente com a palavra ‘fidelidade’".
O Santo Padre afirmou também que essa fidelidade deve dar-se naqueles lugares
aonde sejam enviados, já que o trabalho dos representantes pontifícios é
"uma preciosa ajuda para o ministério petrino".
“Desta forma, encorajareis e estimulareis também as Igrejas particulares a
crescerem na fidelidade ao Romano Pontífice e a encontrarem no princípio da
comunhão com a Igreja universal uma orientação segura para a sua peregrinação
na história. E, por último mas não menos importante, ajudareis o próprio
Sucessor de Pedro a ser fiel à missão recebida de Cristo, permitindo-lhe
conhecer mais de perto o rebanho que lhe está confiado e fazer-lhe chegar mais
eficazmente a sua palavra, a sua solidariedade, o seu afeto", prosseguiu o
Papa.
"Neste momento, penso com gratidão na ajuda que diariamente recebo dos
numerosos colaboradores da Cúria Romana e das Representações Pontifícias, bem
como no apoio que recebo da oração
de inumeráveis irmãos e irmãs de todo o mundo", afirmou aos presentes.
Para concluir o Papa Bento XVI afirmou que "na medida em que fordes fiéis,
sereis também credíveis. Aliás, sabemos que a fidelidade que se vive na Igreja
e na Santa Sé não é uma lealdade «cega», pois é iluminada pela fé n’Aquele que
disse: «Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja»..
"Comprometamo-nos todos neste caminho para, um dia, podermos ouvir
dirigidas a nós as palavras da parábola evangélica: «Servo bom e fiel, entra na
alegria do teu Senhor»", concluiu o Santo Padre.
Fonte: ACI Digital