BíBLIA (3553)' | ![]() |
SEGUNDA EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS Cerca de seis meses após a primeira Epístola aos coríntios seguiu esta segunda, ocasionada pela mudança de condições na Igreja de Corinto. Como transparece de um exame atento dos textos das duas epístolas, os acontecimentos ter-se-iam desenrolado, com toda a probabilidade, da seguinte maneira: Tendo aparecido em Corinto inovadores judaizantes, contrários ao Apóstolo, lançam a agitação no seio dessa comunidade, e Paulo vai a Corinto, numa breve visita, a fim de restabelecer a paz (12,14; 13,1-2); essa visita deixa-lhe a alma amargurada por uma ofensa que um cristão faz à sua própria pessoa (2,5;7,12). Voltando a Éfeso, ele escreve aos coríntios (2,3-4.9;7,8.12) uma carta enérgica e severa, que se perdeu (não é a 1Cor, que é calma e tranqüila). Entrementes, envia Tito com a missão de restabelecer a paz na Igreja de Corinto e conseguir um relatório fiel do seu estado e dos sentimentos dos cristãos para com ele. Sobrevindo inesperadamente o violento tumulto dos ourives de Éfeso contra ele (At 19,23-40), Paulo parte e, antes do tempo que ele mesmo havia estabelecido, dirige-se para Trôade, onde marcara encontro com Tito. Não o tendo encontrado aí, passa para a Macedônia, onde, finalmente, encontra Tito, que lhe transmite as mais consoladoras notícias. Assim consolado, o Apóstolo reenvia Tito a Corinto, com a finalidade de organizar a coleta em favor dos pobres de Jerusalém. Entrementes escreve, talvez de Filipos, no fim de sua terceira viagem missionária, no ano de 57, a primeira e a segunda parte da segunda epístola, que possuímos. Serenara o céu em Corinto, mas ainda havia nuvens escuras, cheias de tempestade: os judaizantes, depois da partida de Tito, haviam retomado a sua campanha de acusações e de calúnias contra Paulo, a fim de o enxovalhar e tolher-lhe a autoridade. O Apóstolo foi informado prontamente a esse respeito; retoma sua epístola e, numa terceira parte, ataca os seus adversários, os falsos apóstolos, os ministros de satanás, como ele os chama, com o máximo vigor. Esta segunda epístola aos coríntios é a mais pessoal dentre as epístolas paulinas. Nela sente-se vibrar mais intensamente os diversos sentimentos que agitam o espírito tão sensível de Paulo. "Paulo não escreveu nada de mais eloqüente, nada de mais comovente, de mais apaixonado do que esta epístola. A tristeza e alegria, o temor e a esperança, a ternura e o desdém vibram nela com a mesma energia" (F. Prat). Já na primeira parte encontram-se algumas amostras polêmicas contra seus adversários, aos quais ataca depois com todas as forças, na terceira parte, talvez por causa das notícias que recebera de Corinto enquanto ditava a carta, trabalho esse que devia durar muitos dias ou mesmo várias semanas. Não existem, pois, razões bastante plausíveis para pôr em dúvida a sua integridade, como querem alguns críticos modernos, e fazer da segunda Epístola aos coríntios um mosaico variegado, formado de várias cartas escritas pelo Apóstolo. A primeira Epístola aos coríntios faz--nos reviver grande parte da vida cristã da Igreja primitiva; a segunda é uma expressão prática da vida do Apóstolo, inteiramente consagrada à causa de Jesus Cristo e ao bem dos seus fiéis, e movido unicamente por motivos sobrenaturais. Sumário Cabeçalho e saudação (1,1-2). Ação de graças a Deus pelas consolações que lhe concedeu, para poder consolar também os outros (1,3-11). I parte - Apologia do próprio ministério (1,12-7,16). 1. Paulo defende-se da acusação de mutabilidade e de inconstância, e de habilidade demasiado humana (1,12-2,17). 2. Defende-se da acusação de arrogância e de orgulho, com a glorificação do ministério apostólico (3,1-6,10). 3. Exorta a corresponder ao seu amor, a evitar os vícios dos gentios (6, 11-7,16). II parte - Disposições para a coleta (8,1-9,15). 1. Motivos para se mostrarem generosos (8,1-15). 2. Recomenda Tito e os demais delegados (8,16-24). 3. Grandes benefícios provenientes da esmola (9,1-15). III parte - Defende-se de seus adversários (10,1-13,10). 1. Responde à acusação de debilidade (10,1-11). 2. Responde à acusação de ambição (10,12-18). 3. Depois de ter pedido desculpas, vê-se constrangido a enumerar os seus títulos de glória (11,1-12,18). 4. Apreensões e inquietações (12, 19-13,10). Epílogo: Recomendações, saudações, votos finais (13,11-13). Pergunte e Responderemos |
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